Na manhã de hoje, dia 12 de julho de 2014, a partir das 06:30, a Polícia Civil do Rio de Janeiro invadiu as casas de militantes, realizando prisões e apreensões de aparelhos de comunicação. Pelo menos 19 militantes já foram presos, incluindo uma prisão realizada em Porto Alegre, e estão sendo interrogados na Cidade da Polícia, mas há nove foragidos e o número total de alvos pode chegar a 60 pessoas. As acusações ainda não foram divulgadas, mas já a sua punição provisória: Cinco dias de prisão temporária.
Repete-se, assim, na véspera da final da Copa do Mundo em escala ampliada a operação do dia 11 de junho, véspera da abertura do mesmo evento. A coincidência não é casual, a polícia bota mais uma vez em prática uma nova estratégia de repressão preventiva a protestos, atacando diretamente parte da militância e buscando intimidar o seu conjunto. Pretende, dessa forma, alcançar dois objetivos: 1) Assegurar a realização dos grandes eventos que são alçados à condição de prioridade pública, acima de qualquer garantia constitucional; 2) Passar da punição a granel dos cassetetes e bombas para a punição jurídica exemplar. Militantes são presos sob os pretextos mais frágeis, punidos preventivamente e indiciados de acordo com o resultado dos próprios mandados. São expostos depois ao circo da mídia, convocada a aplaudir o absurdo em coletiva de imprensa já anunciada pela Polícia e para a qual já foram barrados os representantes da mídia alternativa.
Mais uma vez as diversas esferas do Estado se coordenam para a criminalização da crítica aos seus projetos. Esta criminalização se encaminha para a bizarra condenação preventiva e a formação de listas negras de alvos perenemente sob a ameaça de investigação e prisão. A militância do Rio de Janeiro precisa reagir e se articular para resistir a mais esse ataque e poder prestar toda o apoio e assistência às vítimas desses processos absurdos. É crucial que todos os movimentos busquem esse objetivo.
E não podemos permitir que esta estratégia seja bem-sucedida em nenhum dos seus objetivos. Para tanto, é fundamental a presença no ato de amanhã, às 13h, na praça Saens Peña, na Tijuca.
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